Como sua Mente Estratifica as Ideias
Ao longo do século XX houve uma série e teóricos e estudiosos da psico-pedagogia tentando entender como o ser humano aprende e estratifica novos e antigos conceitos em sua estrutura mental.
Um desses estudiosos era Gregory Bateson, filósofo e mestre em teoria de sistemas, que estabeleceu uma hierarquia simples de como nós organizamos a informação em nossas mentes.
Robert Dilts, um dos nomes mais importantes da Programação NeuroLinguística, pegou a teoria geral de Bateson, detalhou melhor e criou os chamados Níveis Neurológicos da Aprendizagem, também chamado em muitas publicações de Níveis Neurológicos da Liderança.
O vídeo abaixo (na verdade, uma playlist) contém uma aula completa que dei sobre níveis neurológicos em 2012:
Entendendo Melhor os Níveis Neurológicos
Existe a realidade externa (sua casa, seu escritório ou qualquer lugar em que você esteja). Essa realidade envia sinais para seu corpo que são captados por seus olhos, ouvidos, pele, nariz e boca, gerando para o seu cérebro imagens, sons, sensações, gostos e cheiros.
Ambiente
Por limitações tanto dos seus órgãos de sentido quanto da sua capacidade de processamento de informação, você realmente se utiliza de menos de 2% da informação externa e você cria na sua mente uma IMAGEM do ambiente à sua volta.
Essa imagem é como se fosse um mapa que a sua mente fax para se guiar no ambiente e esse primeiro nível de mapa é justamente chamado de AMBIENTE.
Dependendo do que está disponível no ambiente (ou no que você consegue perceber do ambiente), você tem mais ou menos possibilidades de ação, de efetivamente fazer coisas.
Comportamento
A partir das informações do ambiente, existem comportamentos que você pode ou não pode adotar de acordo com os elementos disponíveis (ou não) no ambiente, ou que são considerados apropriados ou não.
Habilidades/Capacidades
Acima do nível de comportamento, está o nível de habilidades que são as coisas que você SABE fazer.
Por exemplo, vamos supor que você esteja num ambiente que tenha um carro e que esse carro esteja disponível pra você. Então o ambiente dá a oportunidade (o carro está lá) e é um comportamento aceitável dirigir o carro, mas e se você NÃO SOUBER dirigir automóveis?
Então, se você não souber COMO fazer, o seu nível de capacidade limita o seu comportamento. Existem então coisas que você não faz porque não sabe como fazer, não tem a habilidade, a estratégia, o passo-a-passo.
Quando você compra um curso básico de PNL, por exemplo, está adquirindo uma maneira de aumentar suas habilidades.
Crenças
Acima do nível das suas habilidades estão as suas crenças, o que você acha certo ou errado, o que você acha que pode ou que não pode, o que acha que merece ou não merece.
A maioria dos trabalhos de desenvolvimento pessoal e auto ajuda disponível no mercado procura atuar no nível de crenças (ou pelo menos FALA de crenças o tempo todo).
Na prática, as crenças funcionam como permissões ou proibições para as suas habilidades e comportamentos.
Então, naquele mesmo exemplo do carro, imagina que o carro está disponível (ambiente), dirigir o carro é apropriado (comportamento), você sabe dirigir (habilidade), mas você tem uma cisma de que “carro não se empresta” ou que “dirigir o carro dos outros sempre dá problema”.
Nesse caso, essa crença não vai permitir que você dirija o carro, mesmo você tendo todos os outros níveis neurológicos abaixo liberados.
Esse é um exemplo bem superficial de uma crença limitante.
Nós podemos ter crenças fortalecedoras ou empoderadoras também, como por exemplo eu cismar que “eu sou muito inteligente”.
Nesse caso, eu inconsciente me esforço um pouco mais do que o normal para entender os conceitos, para aprender mais rápido. Eu faço uma espécie de “autossabotagem do bem”.
Valores/Prioridades
Acima ainda do nível de crenças, temos o nível de valores ou prioridades inconscientes que são as coisas que REALMENTE consideramos importantes.
Muitas vezes uma pessoa diz pra mim que não está rica porque tem crenças limitantes a respeito de dinheiro e riqueza. Então faço uma pesquisa e trabalho em cima das crenças sobre riqueza, prosperidade, dinheiro etc… e percebo que ela não tem nenhuma crença limitante.
Nesse caso, o que está acontecendo?
Muitas vezes dinheiro não é realmente uma prioridade para essa pessoa. Ela pode até PENSAR que é, ACREDITAR que é, mas há outras coisas (como curtir os fins de semana ou beber muitas caixas de cerveja, por exemplo) que, na prática, são prioridade para elas.
Eu sempre cito o meu próprio exemplo. Eu tenho crenças muito fortalecedoras na área da saúde. Eu acredito firmemente que minha genética é boa para crescimento muscular e atletismo e que, se eu treinasse de 8 a 12 horas por dia poderia até mesmo ser um atleta olímpico (SÊNIOR, claro!).
Então você pode me perguntar: Mauro, então por que você não treina 12 horas por dia? Porque isso não é uma prioridade no meu plano de vida.
Nesse caso, não tenho crenças limitantes, mas seria um “valor limitante” se este fosse um objetivo real na minha vida.
Nossos valores reais, as coisas que realmente são importantes para nós, aparecem na forma como gastamos nosso tempo e nosso dinheiro. Se uma pessoa diz que você é importante pra ela, mas ela nunca tem tempo pra você, pode ter certeza de que você NÃO É importante.
Identidade
O nível acima de valores é o nível de identidade, a forma como enxergamos a nós mesmos. Ele comanda todos os níveis abaixo dele. É formado por 3 elementos (que vamos falar em outros artigos):
1 — Auto Imagem
É literalmente a imagem mental que você tem de si mesmo, como você se vê na sua imaginação.
2 — Metaprogramas
São padrões em sua maioria genéticos que temos de processar a informação. Conhecer seus metaprogramas é a forma mais científica de autoconhecimento.
3 — Auto Estima
É o seu senso de valor próprio, o valor que você dá a si mesmo. Basicamente sua autoestima se expressa no mundo pelo que você tolera. Pessoas com baixa autoestima aceitam ser abusadas e, em alguns casos como estamos vendo entre digital influencers, pagam caro para serem insultadas por “gurus”.
Afiliação
O nível de afiliação são os grupos aos quais você pertence. Ele se sobrepõe até mesmo à sua identidade porque atua em um sentimento que está intimamente ligado à sobrevivência nos seres humanos que é o sentimento de pertencimento.
Isso explica porque pessoas que normalmente são racionais e pacíficas, quando estão em manifestações ou junto com torcidas organizadas se comportam como animais completamente irracionais.
O nível de afiliação está por trás de todo movimento de massa e nos tempos atuais todos os digital influencers de sucesso tem seu gado próprio ligado a eles pelo nível de afiliação.
Sistêmico/Espiritual
É o nível das causas, do legado, da contribuição para a humanidade. O nível em que buscamos lutar por algo maior do que nós mesmos.
Este nível responde à pergunta fundamental: A quem ou a que eu sirvo?
Alinhamento de Níveis Neurológicos
É possível alinhar todos os níveis neurológicos da nossa percepção a um propósito comum (nível espiritual) através de um processo que você pode assistir no vídeo acima.
Nesse processo, nossa vida se organiza em torno de um eixo único e podemos viver com muito mais congruência e satisfação.
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