A Ciência da Decisão

Como Tomar Melhores Decisões

Imagem de Pixource por Pixabay

Tomar decisões é crucial e definitivo para o curso da sua vida. Existe uma ciência da tomada da decisão que pode te fazer mais sábio em suas escolhas. Este artigo é sobre essa ciência.

Tomar Decisões

Tomar decisões é um processo natural das nossas vidas e até mesmo de todo ser vivo. Desde acordar ou não acordar na hora que o despertador toca até grandes decisões sobre carreira e relacionamentos, nossos dias são cheios de situações em que temos mais de uma opção e devemos seguir uma delas.

Decisões Pequenas

São decisões normalmente sem importância a curto prazo, porém que podem ter enormes consequências se repetidas a longo prazo.

O que vai comer no café da manhã? Que roupa vai vestir hoje? Vai ou não vai à academia? Vai começar a trabalhar agora ou vai ficar mais meia horinha nas redes sociais?

As decisões pequenas tem efeito acumulativo e normalmente um trabalho sério e consciente de desenvolvimento pessoal envolve mudar muitas delas, o que pode consumir bastante sua força de vontade (assunto que vou tratar em outro artigo).

Decisões Grandes

São decisões que você sabe que são importantes a curto, médio e longo prazo, decisões que fazem muita diferença e que envolvem muitas mudanças.

Vai fazer faculdade ou começar a trabalhar primeiro? Que faculdade vai fazer? Vai continuar namorando ou no casamento? Vai fazer transição de carreira? Etc…

Vários Tons de Cinza

No meio dessa régua que começa com as decisões pequenas, como ‘que roupa colocar hoje?’, até as decisões grandes, como “que faculdade vou fazer?’ estão as decisões médias, vamos dizer assim

A maioria das pessoas decide em modo automático ou não sabe tomar decisões. Então faz basicamente as mesmas coisas em todas as decisões simples e fica paralisado com as decisões maiores ou adia até que não tenha mais como não tomar alguma direção.

Boa parte dos casos de procrastinação está ligado a essa adiamento de decisões. Nesse processo, pessoas indecisas só entram em ação quando não tem mais opção.

Vamos entender melhor isso…

Os Três Estágios da Tomada de Decisão

Uma decisão tem três estágios bem simples de identificar e é com eles que vamos trabalhar.

1 — Surgimento da Necessidade de Escolha

As coisas simplesmente acontecem e você é colocado diante de uma decisão a ser tomada. Existe pouco poder que podemos exercer sobre esse processo, a não ser que tomemos ações para o controle do ambiente (assunto que vou tratar em outro artigo).

Então vamos usar dois exemplos, um bem prosaico e outro mais complexo: o primeiro deles é a situação em que você chega num restaurante que nunca foi e é perguntado pelo garçom sobre o que quer comer.

O segundo exemplo é de uma grande transição de carreira, em que uma pessoa tem um emprego em que ganha razoavelmente bem, mas é feliz nesse trabalho.

2 — Definição das Opções

Nesta etapa, que muitas vezes perdemos de vista e fazemos em modo automático, é necessário definir claramente as opções.

No primeiro exemplo isso é simples: só pedir o menu e analisar que comidas você gosta ou tem vontade de experimentar.

No segundo exemplo, há algumas opções fáceis de pensar: largar o emprego e pular de cabeça numa nova carreira, começar a nova carreira em tempo parcial ficando no emprego até que a carreira nova pague o suficiente ou desistir da ideia de mudar de carreira.

A maioria dos erros em tomada de decisão acontece nessa segunda etapa. Os erros mais comuns podem ser:

1 — NÃO definir opções:

O primeiro, e mais comum erro é justamente não definir opção nenhuma ou achar que não há opções. Isso pode acontecer de 3 formas:

Modo Automático

A pessoa simplesmente faz o que sempre fez, às vezes nem considerando que se trata de uma decisão. É automático.

Aparecem muitas omissões na linguagem dela.

Desamparo Aprendido

A pessoa acha que não tem opções porque acredita que não é possível fazer outra coisa ou que não está ao alcance dela.

Aparecem muito na linguagem da pessoa as expressões “impossível”, “isso não dá pra fazer”, “ninguém consegue isso” etc…

Obrigação

A pessoa acha que não tem opções porque acredita que é obrigada a fazer uma determinada coisa. Os motivos para isso são diversos, como querer agradar aos outros, senso de dever etc…

A linguagem dessas pessoas é cheia de “tenho que”, “sou obrigado a”, “é minha obrigação” etc…

2-Excesso de Opções e Confabulação

A pessoa faz o contrário do caso anterior e imagina inúmeras possibilidades, cada uma com vantagens em diferentes áreas e sistemas de valores.

Então aparece uma opção que dá prazer e conforto a curto prazo, mas não soluciona a questão, outra opção que agrada outras pessoas, mas a deixa infeliz, outra que cumpre as regras, mas não é o que ela quer, outra que fica bem socialmente, mas prejudica os relacionamentos, outra que dá muito dinheiro, mas não é muito ética, outra e outra e outra…

O problema da pessoa que tem excesso de opções normalmente é uma indefinição clara de critérios importantes. O que é mais importante, dinheiro, satisfação ou agradar a pessoa amada? Isso depende muito.

A Questão dos Critérios

Saber quem você é e o que você deseja é fundamental para tomar boas decisões. E é importante saber que tanto quem você é quanto o que você deseja são coisas fluidas que dependem do seu momento de vida e de suas expectativas.

Temos fases em que trabalho é mais importante, outras é família, outras é grana. Tudo depende muito.

Não caia na armadilha de ter a obrigação de saber tudo sobre quem você é e tudo sobre a sua missão de vida. Isso é papo de guru. Sua identidade muda e dou graças a Deus por isso, senão nenhum de nós amadureceria ou teria chance de consertar nossos erros e recomeçar.

Uma vez que você tenha definido seus critérios, fica mais fácil. Então, por exemplo, você pode definir assim “Nessa fase da minha vida (ou do meu negócio) o mais importante é ter fluxo de caixa, ter dinheiro entrando, então minha prioridade será a renda” ou outro exemplo “Meu filho acabou de nascer e preciso de mais tempo livre, então esse é um critério fundamental”

O Método das 3 Opções

Ao escolher critérios você vai para a definição fundamental de três opções. Menos do que isso é estar em modo automático, mais do que isso gera paralisia.

Para afunilar as opções em apenas três, baseie-se nos seus critérios mais importantes e estabeleça: um extremo, o extremo oposto e um meio termo.

Então, por exemplo, o cara que está decidindo como organizar seu negócio e está num dilema, cria as opções assim: uma das opções dá muito dinheiro, mas vai demorar pra ganhar, outra opção dá pouco dinheiro, mas é imediato e uma terceira opção divide o dia entre as duas atividades, trabalhando um pouco com o que é de longo prazo e um pouco com o que é de curto prazo.

Nesse exemplo pode aparecer um problema: o que é mais importante pra esse cara, o tempo ou o dinheiro?

Decisões paramétricas e não paramétricas

Chamamos de decisões paramétricas aquelas que tem os critérios (parâmetros) de decisão óbvios.

Exemplo: uma pessoa está com fome e está com pouco dinheiro. O parâmetro do quanto ela consegue pagar é decisivo. Então, o parâmetro é pedir um prato que tenha bastante comida e custe o mais barato possível.

Decisões não paramétricas são aquelas em que os critérios não são claros e óbvios. Nesse caso a verdadeira decisão é sobre quais os parâmetros realmente importante, ou o mais importante.

É uma decisão mais profunda que vai ter impacto em várias outras decisões.

Alguns clientes meus resolvem um monte de problemas em várias áreas simplesmente definindo os critérios realmente importantes nessa fase de suas vidas.

3 — Escolha da Opção

Uma vez que você tenha definido 3 opções, sejam ações específicas ou sejam critérios, está na hora de escolher. Nesse caso há três coisas importantes a considerar:

Fator recompensa

O que você ganha com cada uma dessas opções. Isso está tão intimamente ligado ao critério que dificilmente será complicado para definir qual opção traz mais recompensa.

Análise de Probabilidades

Há coisas fora de nosso controle direto, ou seja, mesmo que façamos a nossa parte com excelência, há uma parte que depende de outros. Nesse caso é necessário analisar probabilidades.

Se um homem solteiro decide que o critério mais importante na vida hoje é arranjar uma namorada, uma grande parte depende dele, mas outra grande parte depende de uma mulher se interessar por ele, gostar dele etc…

Então, existe uma probabilidade dele provocar atração na moça do bairro dele e existe uma outra probabilidade dele conseguir atrair a Scarlett Johansson.

Coleta de Informações

Descobrir o máximo sobre cada uma das opções o mais rápido possível. Nesse item existem alguns modelos mentais bem interessantes que facilitam a tomada de decisão e que vou tratar em outro artigo.

Então você decide! E depois da decisão…

Uma vez que tenha decidido, é importante desapegar de todas as possibilidades deixadas pra trás.

Algumas pessoas tomam uma decisão, mas ficam a vida toda pensando em como seria se tivessem decidido diferente. Isso rouba energia mental, tira o foco da pessoa e gera cansaço e descompromisso inconsciente.

Então, escolheu? Desapega de todas as outras opções da sua escolha.

Entre em ação rapidamente com aquilo que você decidiu e corrija o rumo e as ações o tempo todo com o Modelo TOTS.

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