Ídolos idiotizantes

Como ídolos idiotas produzem mais escravos na sociedade

Imagem de Klaus Hausmann por Pixabay

Criar ídolos que convirjam a admiração das crianças, de modo que elas não queiram mais ser parecidas com suas mães e pais, mas que se espelhem nesses personagens públicos é uma das estratégias mais bem sucedidas em execução na nossa sociedade.

Ídolos como modelos: uma ideia antiga

Imagem de M P por Pixabay

Quando Platão comparou Esparta e seu sucesso em criar guerreiros patriotas praticamente invencíveis e Atenas e seu sucesso em criar cidadãos fúteis e superficiais, percebeu que a diferença fundamental eram os ídolos.

Em Esparta os ídolos dos homens eram seus pais e avôs, grandes guerreiros, e os ídolos das mulheres eram suas mães e avós extremamente virtuosas e honradas. Já em Atenas os ídolos eram gente rica, não importa como enriqueceram, e atletas. Lembrou de alguma sociedade?

Como ele escreve em “A República”, é impossível que não sejamos influenciados pelos nossos ídolos, pelas pessoas que admiramos e que, de alguma forma possuem o que gostaríamos de ter ou são o que gostaríamos de ser.

Como são os ídolos na nossa sociedade atual

Celebridades

Os “atores” que representam esses “ídolos” são escolhidos com base em sua instabilidade emocional, de modo que pareçam uma coisa e sejam outra na vida real.

O fato, teoricamente privado, de que são completamente desequilibrados acaba vazando “acidentalmente”. Muitos com transtornos dissoativos sérios são literalmente pessoas completamente diferentes de tempos em tempos.

Ídolos Superficiais

Os meninas de hoje querem ser iguais a Beyoncé, Rihanna, Katy Perry, os meninos querem ser iguais ao Thor, Capitão América e assemelhados. Todos ídolos SEMPRE com problemas de relacionamento.

Minha geração queria ser igual a Michael Jackson, Luke Skywalker, John Rambo, Superman (do Christopher Reeve), Olivia Newton John, Xuxa, etc…

O curioso é que Luke, Kent, Rambo, Jackson, Xuxas e outros nunca tem esposas ou maridos, nunca tinham relacionamentos saudáveis, viviam para a próxima aventura, trocavam de namorado/a toda semana.

Sempre ídolos problemáticos

Audrey Hepburn em “Bonequinha de Luxo”

A geração do meu pai queria ser igual aos Beatles, Dustin Hofman, Al Pacino, “Holly Golightly” (Audrey Hepburn book rosa em “Bonequinha de Luxo”)… Só gente desequilibrada.

John Lennon – foto de Jornal Tornado

Prostitutas ou gente drogada com relacionamentos destruídos. Não é de admirar que a geração do meu pai e minha mãe tenha começado esse processo sistemático de desapontar as expectativas dos pais.

Mas nem foi culpa deles. Eles são como os “rebeldes” de hoje que só obedecem às corporações, mas pensam que estão inovando.

Com os ídolos certos a geração dá certo

Imagem de Mental Floss

A geração do meu avô queria ser igual a meus bisavôs e bisavós e gente de carne e osso e a geração destes queria ser igual aos meus tataravós e por ai vai…

Mesmo quando alguém argumenta que talvez meu avô talvez tenha querido ser igual ao Clark Gable ou Cary Grant e minha avó Vivian Leigh, a resposta é uma pergunta: a quantas gerações podemos retroagir nesse controle mental de massa?

Por mais de 10 mil gerações, nas sociedades bem sucedidas (Atenas, por exemplo, não o foi), filhos queriam ser iguais aos seus pais (ou no máximo iguais a líderes de carne e osso que demonstravam virtudes no dia-a-dia) e filhas queriam ser iguais a suas mães.

Porém Platão 2500 anos atrás já alertava para a idiotização causada pela sociedade grega ter como ídolos esportistas e políticos. Nada muito diferente do que ocorre hoje.

Falsos ídolos criam insatisfação

Foto de Aventuras na História

Ao se deslocar a admiração e a mentoria de gente de carne e osso para ídolos maquiados, criou-se uma insatisfação interminável, a certeza de saber que sua vida nunca será igual a dessas pessoas.

Isso desestruturou as famílias e todas as formas saudáveis de convívio social. Além disso jogou a humanidade inteira num frenesi de consumo desenfreado.

Até quem supostamente combate os estereótipos está seguindo outro estereótipo, alguma bizarrice que representa a rebeldia contra o “sistema”.

Como espécie, sobrevivemos nesse planeta por milênios funcionando de um determinado jeito, o jeito da biologia, da sobrevivência, da perpetuação da espécie.

A partir do momento em que algumas pessoas passaram a ter o controle sobre a forma de pensar da humanidade como um todo, inclusive nos dando a impressão de liberdade de pensamento, a coisa começou a andar do jeito que essas pessoas acham que é o certo e o mais vantajoso para elas.

Retome sua mente.

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