Por que a dicotomia canalha bonzinho atrapalha a vida de todos
Não tem muito tempo, escrevi um texto sobre o bonzinho ser um falso e o homem de verdade ter um alto grau de violência sob controle consciente. Usei os arquétipos do rei e do rei trapaceiro.
Me lembro que um cara me disse algo do tipo “E se eu for bonzinho DE VERDADE? E se não for fingimento?”
A programação social, as normas ridículas do Imperativo Feminino estão tão entranhadas na mente desses caras que eles realmente pensam que ser bonzinho é uma coisa natural e que qualquer tipo de agressividade foi condicionada pela sociedade.
Ta pensando que foi um garoto novo esquerdista que me falou isso? Não. Foi um cara da minha idade que se considera “de direita” e conservador.
Obviamente é um conservador que usa máscara e álcool gel.
Enfim, esses caras acham que ser bonzinho é UMA EXCEÇÃO. Eles foram tão programados pelo cinema e pela televisão que realmente pensam que a maioria dos homens são cafajestes ao extremo e que eles vão sobressair sendo bonzinhos.
Eles pensam que SE DESTACAM por serem bonzinhos. “Eu sou um homem diferente e respeitador”. Aham… O primeiro respeito com o qual eles faltam é com a sua própria verdade e identidade.
O que a maioria de nós não percebe (eu mesmo demorei MUITO para perceber) é que os termos “bonzinho/nice guy” e “canalha/cafajeste/jerk/womanizer” foram criados PELAS PRÓPRIAS MULHERES para estigmatizar e controlar melhor os homens.
Quando você coloca somente os dois extremos, é mais fácil tender para o lado do bonzinho (que pelo menos PARECE ser um cara “do bem”) do que para o lado do canalha (que PARECE ser alguém mal intencionado).
É o mesmo dividir para conquistar de sempre.
A verdade é que as mulheres não gostam do canalha extremo também. Idealmente, uma mulher que é honesta consigo mesma, quer um cara que tenha boas intenções, mas saiba ser homem. A hipergamia é dual: alpha fucks/beta bucks.
Quando colocam a nós homens na falácia do declive escorregadio (ou você é bom caráter ou você tão mau quanto um serial killer) isso só serve pra confundir.
Nesse texto eu to falando só de nós homens. Porque nós caímos facilmente nessa falácia.
Está na cultura, nos filmes, nos “documentários”, nas séries, nas novelas, nos livros (desde o século XVIII) etc etc etc…
Então fique atento. Entre preto e branco existem muitos tons de cinza.