Como a linguagem nos define
Do ponto de vista da PNL, quando você aumenta seu vocabulário sobre um determinado tema, está aumentando sua inteligência. Em maior grau essa expansão da inteligência acontece em relação àquele tema específico, mas se ramifica e melhora a inteligência como um todo.
Sempre que falo sobre essa visão da PNL, alguém argumenta que a inteligência da pessoa é a inteligência da pessoa, que já nasceu com ela, é um atributo dela, é uma coisa fixa.
Na verdade não é.
Como definimos a inteligência na PNL?
Dentre tantas definições de inteligência, vamos usar aquela que diz que inteligência é a capacidade de fazer distinções específicas e de processar informações diferentes fazendo correlações e generalizações.
Fazer distinções específicas seria identificar coisas e conceitos distintos e reconhecer especificamente em que pontos se distinguem para poder avaliar a situação e determinar a ação necessária.
Processar informações fazendo correlações e generalização é justamente encontrar os pontos em que aquela distinção específica se relaciona com outras e em que categoria pode ser colocada para buscar melhores soluções.
Mesmo sem recorrer à neuroplasticidade, essa definição já serve pra provar que a inteligência se desenvolve (ou não) conforme se usa a mente porque fica bem óbvio que, quanto mais sabemos sobre um assunto, mais conseguimos distinguir suas partes e categorizá-las.
Em outro artigo vou discutir melhor essa definição. O tema aqui é VOCABULÁRIO e sua correlação com a inteligência dentro do contexto da PNL.
E o que é vocabulário?
Numa definição bem simples, seu vocabulário é o conjunto de palavras que você conhece, entende seu significado e sabe usar, podendo aplicar no seu discurso falado ou escrito.
Então conhecer palavras e entender realmente o que elas significam, a que se referem e como podem ser usadas de forma que façam sentido e, junto com as outras palavras, carreguem uma mensagem coesa.
Uma definição corrente na PNL é a de que uma palavra é um ponto de convergência que une múltiplas representações mentais em forma de imagens, sons, sensações, gostos e cheiros. E o significado dela está ligado à quantidade de neurologia que ela mobiliza.
Então, cada palavra, para ser compreendida, aciona partes diferentes do sistema nervoso e, dependendo do seu significado e importância, mobiliza mais ou menos áreas do cérebro.
Por exemplo, um nome qualquer de pessoa é entendido como um nome de pessoa,somente, afinal um nome é uma palavra comum, um substantivo próprio, certo? Mas o nome do seu filho (ou do grande amor da sua vida) também é uma palavra comum, não é? E certamente aciona mais partes do seu sistema nervoso, porque significa mais pra você.
E como isso pode aumentar minha inteligência?
Bem. Vejamos o processo de aprender novas palavras.
Quando você está numa determinada linha de raciocínio e você já está pensando sobre um certo conceito há algum tempo, sua mente fica num estado de concentração naquele tema. Inclusive, se alguém ou alguma coisa te distrair, você leva um tempo para voltar a este mesmo ponto do raciocínio, certo?
Pois bem. Imagine que você esteja me explicando um certo conceito complexo sobre o qual tem pensado bastante. Então você me explica em detalhes e quando eu entendo, digo pra você: “Claro!! Isso tem um nome. Isso se chama XOXOXO!”
Então você vai ligar todo esse conceito, todo esse esforço mental que estava fazendo para pensar nessa ideia diretamente a uma palavra. E a partir de agora, toda vez que você ler ou ouvir essa palavra, automaticamente aquele raciocínio que teve para entender o conceito vem à sua mente aglutinado em torno da palavra.
Essa nova palavra que você aprendeu se tornou, como na definição da PNL, um ponto de convergência para toda essa linha de raciocínio que você estava tendo. E isso é fantástico!!
Pode acontecer também de você ler uma palavra desconhecida, ir pesquisar no google, no dicionário ou com seu mestre, ele te explicar e, nessa explicação, criar toda uma linha de raciocínio nova, que foi estabelecida especificamente para entender o significado dessa palavra.
Na prática, como isso me torna mais inteligente?
Deixa eu te dar só um exemplo da minha profissão.
Sabe quando você começa a pensar nas coisas que podem dar errado na vida? Quando começa a se imaginar se dando mal, fazendo escolhas erradas e talvez até fracassando e falindo?
Existe uma palavra pra isso. Só que não em português, mas em tcheco: LITOST, literalmente, o estado emocional de uma pessoa que imagina sua própria derrota e miséria e fica agoniada com isso.
Você pode até me perguntar qual a utilidade de saber essa palavra, já que esse é um tipo péssimo de pensamento negativo que não faz bem a ninguém.
E eu te respondo que, enquanto terapeuta em PNL, essa palavra enriquece demais minha capacidade de diagnóstico e a escolha da melhor ferramenta a usar!
Assim como a palavra DEPRESSÃO me leva automaticamente a determinados diagnósticos e procedimentos a aplicar, LITOST serviria pra isso também.
Em português não temos uma palavra pra isso, então o cara pode ser alguém viciado em LITOST (pensamentos negativos repetitivos funcionam como vícios) e acabar sendo diagnosticado como portador de DEPRESSÃO. A forma de lidar é BEM diferente.
Então, conhecer essa palavra, literalmente aumenta minha capacidade de DISTINGUIR ESPECIFICAMENTE a situação da pessoa e FAZER CORRELAÇÕES E GENERALIZAÇÕES úteis e fazer distinções e fazer correlações e generalizações é justamente o que estamos chamando de inteligência.