Sexismo na Psicologia
Texto de Peter Wright (PhD em Psicologia)
Traduzido por Mauro Pennafort
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Anos atrás, quando tinha outra vida, me apresentava em seminários e conferências que proporcionavam unidades de educação continuada para recertificação profissional.
Preencha as Lacunas
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Em um módulo específico, usava um quadro branco portátil em uma sala de aula na frente da minha audiência. Sem me apresentar ou dizer mais nada, usava uma caneta e escrevia as palavras “Homens são …” no topo do quadro e, em seguida, convidei silenciosamente o público a terminar a frase.
Quase invariavelmente, “porcos” ou “cachorros” eram as primeiras respostas, acompanhadas por uma sala cheia de risos bem-humorados. Eu acenava com a cabeça, escrevia no quadro e me voltava para o público, ainda em silêncio, para mais respostas.
“Controladores”, diz um. “Apavorados com compromisso”, diz outro. “Agressivos.” “Machistas“ “Incapazes de ter intimidade.” “Violentos.” “Sexistas” e “Famintos por poder”. Mais pejorativos, e quase apenas pejorativos, viriam da audiência até que o quadro estivesse cheio.
E do outro lado
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Então, virava o quadro para o outro lado e “As mulheres são …” foi a deixa, e as respostas foram ainda mais rápidas do que com os homens. “Fortes.” “Capazes.” “Empoderadas” “Sensíveis.” “Cuidadosas” e coisas do gênero voavam do público para o quadro como uma enxurrada de flechas, até que esse lado também estivesse cheio.
A pergunta da verdade
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“O que você imagina”, eu perguntava, fazendo uma pausa estratégica para um gole d’água, “que essas respostas nos falam sobre a real natureza do sexismo na maneira como vemos homens e mulheres?”
Fazer-lhes essa pergunta com essas palavras específicas devia confundi-los demais, porque a resposta padrão a essa pergunta era quase invariavelmente uma sala cheia de rostos desconcertados e cognitivamente dissonantes.
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E essa confusão geralmente dava lugar à irritação, claramente em relação a mim, embora todas as respostas de ambos os lados do quadro tivessem vindo deles. E por falar nisso, os participantes na multidão? Eles não eram contadores, enfermeiras, professores ou consultores financeiros.
Eles eram profissionais de saúde mental.Eles eram psicólogos, conselheiros, psicoterapeutas, assistentes sociais e outros assemelhados; as próprias pessoas que amamos imaginar que possuem a objetividade para se elevar acima da mentalidade de intolerância e sexismo. E as pessoas que, apesar de nosso desejo intenso de acreditar em seu trabalho, têm menos probabilidade de realmente fazê-lo.
Indo mais fundo na verdade
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Eu queria um pouco mais de pressão, então fiz mais perguntas:
“Como isso pode afetar nossa conexão terapêutica com os clientes?”
“Isso pode tornar nossos relacionamentos com mulheres mais capacitadores e com homens mais punitivos?”
E sempre, a pergunta final que eu fazia era “Carregamos o sexismo, contra os homens, consciente ou inconsciente, em nosso trabalho com cada cliente?”
Com essa pergunta, a raiva geralmente se intensificava.
Em uma palestra, uma participante do sexo feminino, uma assistente social, pulou da cadeira e jogou seus papéis para todos os lados. “Você é o sexista!” ela gritou para mim e saiu furiosa da sala. Mais tarde, ela escreveu cartas de reclamação sobre meu assunto e sobre o fato de eu não autorizar sua saída do curso.
Bem-vindo ao mundo maluco da saúde mental.
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É um estudo revelador da psicologia do ódio. Na verdade, à medida que retiramos as camadas de fantasia da profissão, somos forçados a uma conclusão muito perturbadora. Psicologia é ódio. Pelo menos como é praticado na cultura ocidental.