A Evolução da Pessoa Controladora

Se você quer ser infeliz, seja uma pessoa controladora

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A forma mais certeira de ser infeliz é ser uma pessoa controladora. Sócrates já disse isso, os filósofos cínicos, estoicos e até o budismo diz isso.

Então talvez você tenha percebido que é uma pessoa controladora e que isso na verdade atrapalha mais a sua vida do que ajuda.

Então quero te dar esperança e dizer que existe um caminho. Há etapas relativamente bem definidas pelas quais você pode evoluir de uma pessoa controladora e infeliz para uma pessoa livre, autorrealizada e feliz.

Neste artigo vamos falar sobre as etapas da evolução da pessoa controladora.

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Há tipos diferentes de pessoa controladora.

Antes de tudo, a primeira coisa a se entender é que a pessoa controladora é alguém que não consegue controlar a si mesmo saudavelmente, então tenta controlar outras pessoas e coisas.

O que vai diferenciar as etapas de evolução da pessoa controladora para se tornar uma pessoa realizada são as coisas ele tenta controlar.

1 – Pessoa Controladora de Outras Pessoas:

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Na etapa mais baixa, o controlador tenta controlar as outras pessoas. Literalmente mandar na vida delas e se meter no que elas fazem.

Isso pode acontecer de três formas:

A) Autoritarismo:

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A pessoa controladora autoritária simplesmente dá ordens. Ela acredita que sabe de forma absoluta o que é certo. E sua definição de certo é o que ela QUER.

Se é o que a pessoa controladora quer, então é certo. Mas se não é o que ela quer, então é errado. Se você faz o que ela quer (independentemente da sua própria vontade e livre arbítrio), você esté fazendo o certo. Se não faz as vontades dela, está fazendo o que é errado.

Para justificar seus conceitos adulterados de certo e errado, faz malabarismos argumentativos incríveis. Ou usa códigos de ética, honra ou livros sagrados de forma distorcida.

B) Manipulação:

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A pessoa controladora por manipulação não dá ordens diretas. Mas usa suas grandes habilidades de comunicação de forma a induzir culpa, medo ou vergonha. E faz isso quando as outras pessoas não fazem as vontades dela. E como você sabe o que o manipulador quer ele chama de “certo”.

São pessoas que fazem você ter permanentemente a sensação de que está errado. A sensação de que está fazendo alguma coisa errada, de que é culpado de alguma coisa e está em dívida com a pessoa manipuladora.

Pessoas que fazem chantagem são as manipuladoras mais diretas. Ameaçam prejudicar sua vida se você não fizer as vontades dela, por mais absurdas e sem sentido que essas vontades sejam.

Manipuladores JAMAIS assumem a responsabilidade por nada, colocando quem convive ou conviveu com eles eternamente como culpados por tudo que eles consideram ruim que aconteceu a eles.

C) Personagem:

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Procura controlar a forma como as outras pessoas o PERCEBEM, se tornando um personagem É um agradador, um falso bonzinho que faz as vontades de todo mundo, mas na verdade espera por contrapartidas. É o clássico hipócrita.

É importante entender que quando você se preocupa com o que as pessoas pensam de você, está sendo em algum grau esse tipo de controlador. Se você se preocupa só um pouco, é só um pouco manipulador. Mas se você se preocupa muito ao ponto de fazer ou deixar de fazer coisas por medo da opinião dos outros, é muito manipulador.

Muitos de nós não percebemos isso e nos enganamos achando que é uma necessidade natural do ser humano de ser aceito e que talvez tenha suas raízes na infância bla bla bla. Não é.

2 – Pessoa Controladora de Eventos Externos

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Uma pessoa controladora “mais evoluída” é alguém que não está tentando tanto controlar outras pessoa, mas quer controlar todos os acontecimentos externos nos mínimos detalhes.

Se aborrecem tremendamente com coisas fora do controle dos seres humanos, como trânsito inesperado na rua, chuva no dia do evento, mudanças políticas inesperadas, as farsas da mídia etc…

São autoritários demais, mas visando alguma meta, acontecimento, empreendimento etc… E mais uma vez o critério a respeito do que tem que acontecer é o que os autoritários QUEREM. A vontade deles continua sendo a “bússola moral” do mundo em torno deles.

3 – Pessoa Hiper Controladora de Si Mesma

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Nessa fase, a pessoa controladora já sabe que não pode controlar as pessoas nem os acontecimentos externos, mas ainda tem uma fantasia de onipotência sobre si mesma, tentando controlar neuroticamente suas reações, emoções, alimentação, movimentação etc…

Tratam a si mesmas como máquinas que tem que fazer tudo com perfeição e sem falhas e sua conversa interna é muito grosseira, uma expressão de profunda falta de amor próprio.

Atrelam seu próprio senso de valor à capacidade de fazer as coisas de forma perfeita. Quando não fazem tudo nos mínimos detalhes como acham que deveriam, sentem muita culpa e raiva de si mesmos.

E quando vem a cura?

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Existe uma característica comum a todas as fases anteriores: a arrogância.

Seja tentando controlar os outros, os eventos externos ou a si mesmas, as pessoas controladoras acham que sabem o que é melhor, acham suas vontades são soberanas, tem um certo Complexo de Lúcifer acreditando que são mini-deuses cujas vontades tem que ser atendidas independente das consequências.

Em muitos casos, essas pessoas são psicopatas ou sociopatas e isso significa que nunca serão curadas, podendo apenas ser tratadas para amenizar esses sintomas e fazê-las conviver funcionalmente na sociedade.

Mas algumas pessoas controladoras conseguem ultrapassar esse apego ao controle e se tornarem pessoas realizadas e felizes consigo mesmas e com suas vidas. E essa é a quarta fase, o que podemos chamar de “cura” ou desapego total

4 – O Ser Humano Realizado

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A etapa final é quando a pessoa controladora finalmente percebe o quão fútil é tentar controlar demais quaisquer coisas (sejam os outros, os eventos externos ou a si mesmas) e passam a viver uma vida mais leve e livre.

Elas não são obrigadas a nada, fazem porque DESEJAM. Elas não obrigam ninguém a nada, deixa que as pessoas fazem porque DESEJAM. Jogam o tal jogo do ganha-ganha.

Ao contrário do que normalmente pensamos, essas pessoas desapegadas e livres não são pessoas fora de controle que não conseguem atingir objetivos.

Paradoxalmente, costumam ser pessoas disciplinadas e com bastante domínio próprio, mas isso não acontece pela força, mas pela aceitação e pela motivação correta: o que é realmente bom para elas e para as pessoas à sua volta.

Elas são pessoas que se conhecem o suficiente para não se colocarem em posições que o podem levar a sair dos trilhos ao mesmo tempo em que se dão liberdade total.

Não se colocam em armadilhas, se afastam daquilo que as faz mal e, por isso, tem realmente muito poucas tentações em suas vidas, porque já organizaram seus ambientes e companhias de forma saudável.

Não sentem mais necessidade de conviver com pessoas submissas e nem fazer os outros de submissos para controlar. Convivem com todos como iguais e são felizes assim.

2 comentários

  1. Esse artigo é excelente. Vale a pena ser estudado. Quantos conflitos em relacionamentos poderiam ser evitados a partir desta compreensão…

    1. Muitos conflitos acontecem por causa dessa tendência controladora que, na verdade, foi criada para que tenhamos zelo pelas nossas tarefas, mas quando desvirtuada para o controle de coisas externas se torna uma maldição.

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